Alta dos combustíveis deixa motoristas de aplicativo ‘sem saída’
A alta de 19% da gasolina e a falta de aumento salarial para motoristas de aplicativos levantam a dúvida se a profissão continuará compensando financeiramente. O vereador Marlon Cruz (Patriota), que representa a categoria em São Paulo, diz que desde o início da pandemia da Covid-19 as empresas que oferecem esse tipo de serviço começaram a pagar menos. “A gente teve inflação de mais de 10% no ano passado, teve um aumento da gasolina de 50% e, os preços pagos aos motoristas não acompanharam. Claramente é um abuso. Não existe uma negociação dos valores entre o aplicativo e entre os motoristas, simplesmente o aplicativo oferece um valor e se aproveita do desemprego para pagar baixos salários”, afirma.
Raniel de Queiroz é motorista de aplicativo, uma das profissões atingidas em cheio pelo novo reajuste dos combustíveis. “O combustível… Virgem Maria! Quebrou as pernas de qualquer um”, reclama. A depender das sanções que atinjam a oferta de petróleo russo e os desdobramentos da guerra, a tendência é de que os preços dos combustíveis no Brasil subam ainda mais. O governo federal cogita que subsídios do Tesouro Nacional sejam adotados para os combustíveis, caso o conflito na Ucrânia se prolongue.
O economista Hugo Garbi alerta que a solução de subsídios pode funcionar apenas temporariamente. “O dinheiro acaba. É importante que salientar que tudo depende de quanto essa guerra vai durar, se essa guerra dura três meses, seis meses, um ano, pode ser que esse fundo de R$ 2 a R$ 3 bilhões não seja o suficiente”, argumenta. Como alternativa ao problema, o economista sugere que as nações flexibilizem restrições a outros países fornecedores de petróleo, como Irã e Venezuela. Ele também indica que o Brasil poderia investir em médio e longo prazo em instalações industriais para refinar o petróleo produzido no país.
Fonte: JP Notícias